A Estamo, a CML, o Convento do Desagravo: um imbróglio

A APEEGIL é muito pequenina, representa os pais, mães, e encarregados de educação do Agrupamento de Escola Gil Vicente, que tem seis escolas básicas do 1º ciclo. Estas EB1 servem as populações da desde a Mouraria até à Graça, passando pelo Castelo, por Alfama, pela Sé, e toda esta zona, que é não apenas a mais antiga da cidade de Lisboa, mas também a mais pobre.

Acontece que cinco desta escolas primárias deveriam ir para um edifício novo, o Convento do Desagravo. E acontece que todo esse processo está metido num imbróglio entre a Câmara Municipal de Lisboa, que quer construir a escola nova, a Estamo, que é a empresa (estatal) que é proprietária do edifício, e muitas entidades privadas que querem vender, comprar, ou construir nos diversos terrenos e edifícios afectados. Ao todo, estão em jogo talvez cem milhões de euros, talvez mais. Só o Convento do Desagravo vale oito milhões de euros, mais os cinco milhões que custaria a obra. O imbróglio é ainda maior, porque sabemos que uma empresa privada está a fazer obras no Convento, derrubando paredes e fazendo outras coisas que não conseguimos avaliar.

Somos muito pequeninos, e não temos peso nenhum nisto tudo. Somos pais e mães de centenas de crianças cujas vidas dependem de negócios imobiliários de milhões, e para os quais nada contamos.

Mesmo pequeninos, mesmo não contando, vamos continuar a fazer ouvir a nossa voz, que é a voz destas crianças, que se nada contam face aos milhões dos grandes negócios, para nós são a coisa mais importante do mundo.

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